Para entender melhor o que é ansiedade, precisamos compreender um pouco sobre o cérebro.
O cérebro é composto por células nervosas que interagem com o resto do corpo através da medula
espinhal e do sistema nervoso, que por sua vez, estão ligados a todos os comandos e funções de um
modo geral. Cada comando das células cerebrais gerará uma resposta específica para a área ou órgão.

O cérebro fica ligado vinte e quatro horas por dia. Ele realiza funções como coordenação de
movimentos que podem ser voluntários – no caso dos músculos dos membros, a fala e outros -, ou
involuntários – como no caso da respiração, batimento cardíaco e digestão. Ele é responsável por
armazenar as memórias, coordenar os pensamentos, a linguagem, as percepções, entre outros.
Por toda sua demanda de trabalho, o cérebro precisa descansar no mínimo seis horas diárias. O
recomendado como melhor quantidade de horas é oito e máxima de dez horas diárias de sono. O
excesso de sono incorre na lentidão durante o dia e insônia na noite seguinte.

Para uma melhor qualidade de sono, ideal para se deitar é entre as vinte e duas e vinte e três horas,
uma vez que durante o processo do sono ocorre a produção da melatonina, hormônio natural e
indutor do sono profundo. Com o pôr do sol, o organismo diminui a produção da serotonina e
aumenta a produção de melatonina. Caso o horário limite para dormir seja ultrapassado, perde-se o
pico da produção de melatonina, com isso, o organismo sai de seu ritmo natural e entra em colapso.
Para ficar mais elucidativo, podemos fazer uma analogia do cérebro com um celular. Toda noite é
preciso que se recarregue a bateria do celular para que ele possa funcionar perfeitamente no dia
seguinte. Com nosso cérebro acontece a mesma coisa. É preciso dormir para que ele possa descansar e
recarregar sua capacidade cognitiva. A preocupação com o celular é constante, mas o descanso
cerebral não é lembrado. O sono é uma das funções vitais do organismo. Ele serve para recarregar
energias gastas durante todo o dia.

A pessoa ansiosa é grande fazedora de pensamentos negativos projetados no futuro. Enquanto a
depressão é um excesso de pensamentos no passado, a ansiedade é um excesso de pensamentos no
futuro negativo. Esse excesso de preocupações e pensamentos negativos faz com que o organismo
produza hormônios como adrenalina, noradrenalina e cortisol, que são estimulantes.

A ansiedade pode mexer em todo o organismo, inclusive com o intestino. O intestino, depois do
cérebro, é o maior produtor de neurotransmissores. A serotonina é largamente produzida pelo
intestino, assim como a dopamina e adrenalina. O intestino preso é uma das características de uma
pessoa ansiosa devido à contração intestinal em decorrência do alto índice de noradrenalina que
contrai os músculos do corpo todo. O intestino é um tubo revestido de músculo, então, ele contrairá
reduzindo a luz do intestino fazendo com que as fezes fiquem presas causando uma inflamação que
prejudica os microrganismos da flora intestinal dificultando também a absorção de nutrientes. Essa
inflamação prejudica, inclusive, a produção de neurotransmissores. Em algumas situações de estresse
muito grande, o intestino pode contrair tanto, que ao invés de prender, ele causa diarreia – comum em
síndrome do intestino irritável-. É comum nesse perfil o bruxismo e câimbras também.

A ingesta de água por pessoas ansiosas é fundamental para eliminar o excesso de dopamina,
adrenalina e noradrenalina do organismo. Esses hormônios são eliminados através da urina, portanto,
é imprescindível que a água seja ingerida num volume mínimo de 2 litros por dia. Em caso de pânico
ou ansiedade, a água é uma grande aliada. Nesse momento, é indicado que a pessoa beba 1 litro de
água em pouco tempo para desintoxicar o organismo dos hormônios estimulantes.

A investigação da ansiedade deve levar em conta que o organismo é uma máquina com todas as suas
funções interligadas. Por isso, quando investigada, é indicado conhecer a vida e rotina do paciente
como a qualidade do sono, alimentação, prática de exercícios físicos e doenças pré-existentes.

Pânico


O pânico é a pior ansiedade em curto prazo. Ele piora à noite devido à sensação de que durante a noite
as coisas são mais difíceis e menos acessíveis.

Insônia


A insônia é um indicativo de ansiedade, mas antes, deve-se eliminar a possibilidade da existência de
problemas clínicos como: hipertireoidismo, corticoides, apneia do sono, e outras. A falta de sono, ou
sono de qualidade, faz aumentar a ansiedade, e o excesso de ansiedade provoca a insônia. Para melhorar a
qualidade do sono, é necessária uma rotina de qualidade com a prática de exercícios físicos, alimentos
variados, exercícios de relaxamento entre outros. A disciplina é fundamental para a melhora na qualidade
do sono e redução da ansiedade.

A ansiedade prejudica o sono inicial, não o terminal. A pessoa deita e não consegue dormir devido aos
inúmeros pensamentos negativos sobre seus compromissos e questões futuras. Ao levantar, acordará
bem e ficará pior no final do dia. Sonhos repetitivos e agitados são característicos de ansiedade.
Sonhos comuns da infância tendem a se repetir na fase adulta em situações em que o indivíduo se
sente testado ou desaprovado.

Já quando o indivíduo consegue dormir e acorda no meio da madrugada – também conhecida como
insônia terminal (acorda entre as três e quatro da manhã voltando a sentir sono por volta das cinco
ou seis horas), não é uma característica da ansiedade, mas do processo de depressão. A pessoa
levantará mal e durante o dia, tende a melhorar.
Para melhorar a qualidade do sono é necessário:

  • Rotina para deitar e levantar em relação ao horário;
  • Buscar uma temperatura agradável e ideal no quarto para dormir que está entre 20 e 22 º C;
  • Travesseiro adequado;
  • Colchão deve ser trocado a cada cinco anos;
  • Caso deite em decúbito lateral, colocar um travesseiro entre as pernas para não forçar a lombar, joelhos e cervical;
  • Evitar a ingesta de alimentação pesada à noite, principalmente gorduras, uma vez que o organismo reduz seu metabolismo durante o sono podendo ocorrer indigestão;
  • Após as 18 horas não consumir mais cafeína, dando preferência aos chás calmantes como erva-cidreira e camomila;
  • Diminuir a luminosidade, pois nosso organismo está preparado para deitar ao pôr-do-sol e acordar ao nascer do sol – processo natural da produção de melatonina. O escuro ajuda na produção de melatonina, assim como o sol, ao nascer do dia, é fundamental na produção de serotonina que levará ao despertar com qualidade. A luminosidade solar é de extrema importância na vida humana, uma vez que é corresponsável na produção da serotonina e responsável pela produção de vitamina D, que por sua vez, também influi na produção da serotonina num processo cíclico interligado;
  • Desligar Celular e computador uma hora antes de dormir e, não deitar com o celular ao lado na cada. O celular e o computador também têm influência em nosso sono devido à luminosidade e alto grau de dispersão de eletromagnetismo que interfere no campo magnético do cérebro. Ao dormir, o cérebro reduz o campo magnético e, com o aparelho celular próximo, por exemplo, o cérebro tende a ser estimulado pelo campo magnético do celular;
  • Evitar atividade física de alto impacto, som alto e outras fontes de estimulação à noite.

Curiosidade: é verdade que o chocolate controla a ansiedade?


Apenas aqueles que são 70% ou mais de cacau sim , caso contrário, o chocolate comum contém muito
açúcar e gordura. O excesso de açúcar faz com que o pâncreas produza mais insulina o que por
consequência liberará mais cortisol no organismo, que por sua vez, aumentará a ansiedade.